Cirurgia intrauterina: o que é e quando é indicada? Descubra!

A gestação, às vezes, pode ser uma caixinha de surpresas. Ninguém espera que o bebê possa precisar passar por tratamento antes de nascer. Porém, quando isso é necessário, a cirurgia intrauterina pode corrigir ou minimizar certos tipos de problemas congênitos.

Portanto, se você quer saber se tem como operar o bebê na barriga, a resposta é: sim!

Aliás, até mesmo antes de se pensar em tratamento, a intervenção cirúrgica no feto também pode ser realizada para fins diagnósticos. 

Para entender melhor sobre o importante recurso que vem salvando a vida de bebês enquanto eles ainda estão no útero da mãe, continue a leitura. Você vai descobrir o que é uma cirurgia intrauterina, como é feita e para quais problemas de saúde ela é indicada.

Acompanhe!

O que é uma cirurgia intrauterina?

A cirurgia intrauterina é a área de atuação médica que tem por objetivo tratar problemas congênitos do bebê, enquanto ele ainda está dentro do útero da mãe.

Também conhecida como cirurgia fetal ou pré-natal, esse segmento da Medicina Fetal utiliza o que há de mais avançado em tecnologia e técnicas cirúrgicas para cuidar da saúde do bebê.

As intervenções da cirurgia fetal envolvem desde simples procedimentos, como a amniocentese, até cirurgias complexas para corrigir problemas que colocam a vida do bebê em risco.

Pode parecer um recurso extremo e causar espanto nas mães, mas as técnicas vêm sendo utilizadas com bastante sucesso.

Quer saber mais? Então, veja como é feita uma cirurgia intrauterina.

Como é realizada uma cirurgia intrauterina?

Como esperado, um procedimento complexo como operar um bebê ainda dentro da barriga da mãe demanda muitos cuidados. Por isso, a cirurgia fetal precisa ser realizada por uma equipe médica multidisciplinar, que conta com o trabalho do ultrassonografista, do obstetra e do cirurgião pediátrico.

Atualmente, a cirurgia intrauterina pode ser realizada de duas maneiras, de acordo com o tipo de técnica adotada. Conheça agora quais são essas abordagens cirúrgicas para tratar do bebê antes do nascimento:

1. Cirurgia fetal aberta

Nesta modalidade de cirurgia intrauterina, para que o bebê possa ser operado, o útero da mãe é exposto para fora da cavidade abdominal e, depois, aberto. Através da incisão uterina, o cirurgião tem acesso ao feto e à região que precisa de intervenção como, por exemplo, na cirurgia da mielomeningocele..

2. Cirurgia endoscópica (Fetoscopia)

É um procedimento minimamente invasivo e que oferece menos riscos para a mãe e para o bebê. No entanto, é indicado apenas para alguns tipos específicos de problemas a serem corrigidos, como a hérnia diafragmática.

Através de pequenos furos no abdômen da mãe, são inseridos os instrumentos e a câmera que vai guiar o médico durante o procedimento cirúrgico.

Por sinal, a cirurgia fetal endoscópica pode ser feita das seguintes maneiras:

  • fetoscopia em meio líquido: com o bebê imerso no líquido amniótico;
  • Fetoscopia com gás: com injeção de gás carbônico dentro do útero, como costuma ser feito nas videocirurgias convencionais.

A indicação da técnica mais adequada depende do tipo de problema a ser tratado, da extensão da lesão, da idade gestacional do bebê e das condições de saúde da mãe.

Para que é indicada a cirurgia intrauterina?

Certo, agora você já sabe como é feita uma cirurgia intrauterina. Mas, afinal, para que ela é indicada? Quais os tipos de problemas que podem ser corrigidos com o bebê no útero?

Normalmente, as condições que requerem intervenção cirúrgica são detectadas nas ultrassonografias morfológicas, em especial a realizada no segundo trimestre de gestação. Esses exames fazem parte do acompanhamento pré-natal, que merece ser destacado aqui devido à sua importância para monitorar a saúde da mãe e do bebê.

A cirurgia intrauterina é indicada para o tratamento de vários tipos de malformações congênitas que colocam a vida do bebê em risco ou que podem deixar graves sequelas.

Veja agora qual o tipo de abordagem cirúrgica é a mais utilizada para cada condição. Assim, fica mais fácil entender quando a cirurgia fetal pode ajudar.

Condições tratadas por cirurgia fetal aberta

  • tumores no pulmão;
  • tumores na coluna;
  • obstrução da traqueia;
  • encefalocele (malformação craniana que pode comprometer o cérebro do bebê);
  • mielomeningocele (tipo mais grave de espinha bífida).

No vídeo abaixo, do canal do Hospital e Maternidade Santa Joana no YouTube, você pode conferir como é realizada a cirurgia intrauterina para correção de mielomeningocele. Aperte o play!

Saiba mais sobre mielomeningocele | Maternidade Santa Joana

Condições tratadas por cirurgia endoscópica

  • acúmulo de líquido no espaço pleural;
  • hidrocefalia (acúmulo de líquido cefalorraquidiano dentro do crânio);
  • malformações na coluna;
  • obstrução da bexiga;
  • hérnia diafragmática;
  • síndrome da transfusão feto-fetal (quando gêmeos compartilham a mesma placenta e um deles tem a circulação sanguínea comprometida).

Quais são os riscos da cirurgia intrauterina?

Assim como qualquer outro procedimento cirúrgico, a cirurgia intrauterina oferece riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê.

Logo, sua indicação é submetida a uma criteriosa avaliação por parte da equipe médica, a fim de pesar os prós e os contras da intervenção cirúrgica.

Os riscos da cirurgia intrauterina para a mãe são relacionados à anestesia e à incisão no útero, como queda de pressão, reações alérgicas, hemorragia e infecção. Além disso, a cirurgia fetal pode levar ao rompimento precoce da bolsa, o que aumenta as chances de prematuridade extrema — o maior risco para o bebê.

A mãe também precisa estar ciente de que, depois de uma cirurgia intrauterina, especialmente se realizada a céu aberto, não poderá ter parto normal, pois existe o risco de rompimento do útero.

Os benefícios compensam os riscos?

As tecnologias cada vez mais avançadas e os excelentes resultados da intervenção precoce para tratamento fetal mostram que, no geral, os benefícios compensam os riscos.

Nos casos de mielomeningocele, por exemplo, bebês operados antes do nascimento têm até 50% menos chances de desenvolver hidrocefalia e Chiari tipo II, duas complicações comuns da condição.

E as chances de que o bebê consiga andar sem a ajuda de muletas ou cadeira de rodas é duas vezes maior do que os operados após o nascimento.

Enfim, a decisão pela cirurgia sempre leva em consideração a vontade da mãe. Então, se for o seu caso, converse com os médicos e esclareça todas as suas dúvidas. É fundamental que a mãe se sinta segura com a equipe e com o hospital onde ela e seu bebê poderão passar pela cirurgia.

Cirurgia intrauterina: o que mais você precisa saber? 

Todos os procedimentos realizados para o tratamento de malformações fetais só são possíveis graças ao esforço conjunto de diferentes áreas de atuação médica e aos avanços da Medicina.

É esse cuidado integrado, do diagnóstico ao acompanhamento pós-operatório, que garante o atendimento completo da mãe e do bebê que passam pela cirurgia intrauterina.

Além dos profissionais altamente especializados, a estrutura da Pro Matre Paulista conta com suporte hospitalar de excelência. Aqui, você tem à disposição UTI Neonatal, UTI Adulto e Unidade de Terapia Semi-intensiva, tudo para garantir o cuidado da mãe e do bebê até chegar a hora de voltar para casa.Conheça o Centro de Cirurgia e Medicina Fetal.


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