Quais são os principais exames do pré-natal?

No pré-natal são realizados exames de sangue e de ultrassonografia. Os exames têm por objetivo identificar condições que possam prejudicar o desenvolvimento gestacional tanto pelo lado materno quanto fetal.

Os principais exames de sangue solicitados são:

  • Hemograma – avalia tanto a série vermelha quanto a séria branca do sangue da gestante. Na série vermelha, a principal patologia identificada é a anemia, que é frequente na gestação pela diluição do sangue, chamada de hemodiluição. Também podem surgir anemias por deficiência de ferro ou do ácido fólico. A avaliação da série branca ajuda a identificar infecções pelo aumento do leucograma.
  • Glicemia – visa identificar diabetes gestacional ou mesmo pré-gestacional. Se na primeira avaliação a glicemia de jejum for maior ou igual a 92, é definido como diabetes.
  • Teste de tolerância a glicose oral 75g – as gestantes com glicemia de jejum < que 92mg/dl, deve repetir o rastreamento da diabetes com o teste de tolerância oral a glicose 75g entre 24 e 28 semanas. Neste exame, é coletada uma amostra de sangue em jejum, e depois ingerido um líquido com 75g, e feitas novas coletas 1 hora e 2 horas após a ingestão. Os valores normais para esse exame são:
  • o Jejum < 92mg/dl
  • o 1h < 181mg/dl
  • o 2h < 153mg/dl

Algumas sorologias são realizadas na primeira consulta do pré-natal e repetidas:

  • Rubéola – a maioria das gestantes já foi vacinada contra a rubéola e, dessa forma, já está protegida. Se imune, IgG positiva e IgM negativa, não precisa repetir.
  • Toxoplasmose – feito na primeira consulta de pré-natal. Se IgG positiva e IgM negativo, você já teve contato com o toxoplasma. Não há necessidade de repetição. No entanto, se IgG e IgM negativos, a grávida é susceptível a toxoplasmose e, com isso, deve repetir o exame a cada 2 meses.
  • Citomegalovírus – também realizado na primeira consulta do pré-natal, sua rotina segue a mesma descrita para rubéola e toxoplasmose. Se a gestante for IgG e IgM negativa, sua repetição será a cada 2 meses. É importante a gestante fazer uma sorologia antes de 8 semanas de gestação e repeti-la, se IgG e IgM negativa, antes de 12 semanas.
  • Sífilis – é importante também realizar a pesquisa de sífilis. Isso é feito com base em testes treponêmicos e não treponêmicos. A realização das sorologias para investigação da sífilis segue a Portaria 2012 de outubro de 2016 do Ministério da Saúde. Inicia a pesquisa por um teste treponêmico (quimiluminescência com micropartículas ou CMIA). Se este teste for negativo, não há necessidade de testes adicionais. Quando o teste treponêmico é positivo, então é realizado o teste não treponêmico (RPR). Se ambos positivos, o resultado é liberado como reagente. Se o teste treponêmico for positivo e o não treponêmico negativo, ou seja, discordantes, é realizado um terceiro teste treponêmico por ELISA. Se os dois testes treponêmicos forem positivos, provavelmente estamos diante de uma infecção pregressa tratada, sífilis primária precoce ou reação cruzada. Quando o segundo teste treponêmico é negativo, provavelmente estamos diante de um falso positivo. A sorologia para sífilis deve ser solicitada na primeira consulta de pré-natal e repetida no 3º trimestre e na internação para o parto.
  • Hepatites – na gestação, é pesquisado o status sorológico da gestante para hepatites B e C. E se negativos ou não vacinada, esse exame é repetido no 3º trimestre da gestação.
  • HIV – é realizada a sorologia no primeiro trimestre e repetida no terceiro
  • Vitamina D – avalia os níveis de vitamina D no organismo, podendo identificar a necessidade de reposição da vitamina.
  • Papanicolau – se a gestante estiver na época de coleta do Papanicolau, não há contraindicação para rua realização no pré-natal.
  • Urina I – é um exame de urina que analisa tanto a presença de infecção urinária, quanto presença de hemácias na urina, que pode estar associada a cálculos renais. Esse mesmo exame demonstra a presença de proteínas na urina, quadro associado a pré-eclâmpsia e doenças renais. É solicitado na primeira consulta de pré-natal e repetido diante de alguma suspeita clínica.
  • Urocultura – visa identificar a infecção urinária, assim como a bacteriúria assintomática. É solicitado na primeira consulta de pré-natal e repetido com 20 semanas de gestação.
  • Parasitológico de fezes – também pode ser incluído na rotina do pré-natal.
  • Pesquisa de estreptococo do grupo B – realizada entre 35 e 37 semanas para todas as gestantes. Deve ser coletado um swab anal e vaginal.

Exames de ultrassonografia

  • Ultrassonografia obstétrica transvaginal – solicitada entre 7 e 9 semanas, é realizada pela via transvaginal e visa o diagnóstico da gestação, o número de embriões, localização da gestação intra-útero e conferir a idade gestacional.
  • Ultrassonografia morfológica do 1º trimestre com Doppler – realizada entre 11 semanas e 3 dias e 13 semanas e 6 dias, deve ser preferencialmente feita com 12 ou 13 semanas para melhor avaliar a formação fetal. Nessa época também é adequada para datar a gestação, diagnosticar a gestação gemelar. Nessa fase é medida a transluscência nucal e avaliados o osso nasal, o fluxo da válvula tricúspide e o ducto venoso, ambos pelo Doppler, para identificar riscos para síndromes genéticas (síndrome de Down, Patau e Edwards). Também é feita a avaliação da presença ou não de malformações fetais, tais como: anencefalia, espinha bífida, onfalocele, gastrosquise, megabexiga, malformações de membros, entre outras. É realizada pelas vias abdominal e complementada pela transvaginal.
  • A ultrassonografia morfológica do 1º trimestre com Doppler pode ser associada a bioquímica materna, com a dosagem na mesma época dos hormônios bhCG livre, PAPP-A e PLGF, que melhoram a acurácia do método na identificação das síndromes genéticas e ainda identificam risco para o desenvolvimento de pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal.
  • Ultrassonografia morfológica do 2º trimestre com Doppler – realizada entre 20 e 24 semanas, por via abdominal e complementada pela via transvaginal para avaliação do colo uterino, quando solicitado. Neste exame, todos os órgãos fetais são examinados seguindo uma rotina de sistematização do exame. É possível detectar malformações fetais. Também é avaliada a placenta quanto a sua localização, cordão umbilical, volume de líquido amniótico. É realizado o Doppler da artéria umbilical para avaliar a função placentária e o Doppler das artérias uterinas maternas para avaliação da função útero-placentária que reflete a interação mãe-feto.
  • Ultrassonografia Obstétrica com Doppler – realizada no 3º trimestre da gestação, visa avaliar o crescimento fetal, o líquido amniótico, a placenta. O Doppler das artérias umbilicais e cerebral média fetal e das artérias uterinas maternas avaliam o bem-estar fetal, ou seja, sua vitalidade.

Outros exames de imagem podem ser acrescentados:

  • Ecocardiografia fetal – que é realizado pela via abdominal entre 24 e 28 semanas, preferencialmente. É o exame detalhado e sistemático do coração fetal, visando identificar malformações do coração fetal ou alterações no seu ritmo.
  • Ultrassonografia morfológica do 3º trimestre – realizada entre 28 e 32 semanas em gestações de alto risco, pela via abdominal, visa fazer uma reavaliação da formação dos órgãos e estruturas fetais, visto que algumas malformações podem ser de aparecimento mais tardio (obstruções intestinais, hidronefroses e mesmo ventriculomegalias cerebrais).
  • Cardiotocografia e perfil biofísico fetal – são chamados de teste de vitalidade fetal, pois visam a avaliação do bem-estar fetal. São realizados no termo ou antes, quando há indicação na gestação de alto risco.

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