AVC e trombofilia na gestação: qual a relação, riscos e cuidados

O acidente vascular cerebral (AVC) durante a gestação e parto é extremamente raro, porém, pacientes com fatores de risco cardiovasculares como dislipidemia, pressão alta, diabetes, trombofilia de alto risco trombóticos e que apresentem pré-eclâmpsia na gestação podem ter maior chance de ter AVC.

O que é trombofilia?

A trombofilia é uma condição em que o sangue tem uma tendência aumentada a formar coágulos. Existem diversos tipos de trombofilia, incluindo:

  • Trombofilia hereditária: causada por mutações genéticas.
  • Trombofilia adquirida: pode ser resultante de condições como síndrome antifosfolípide ou uso de hormônios.

Qual a relação entre trombofilia e AVC na gestação?

Mulheres grávidas com trombofilia enfrentam um risco maior de AVC devido ao aumento da formação de coágulos. Os coágulos podem obstruir vasos sanguíneos no cérebro, levando a um AVC. Além disso, a trombofilia pode agravar outras condições associadas ao AVC, como a hipertensão.

A dr. Fernanda Belém, ginecologista e obstetra, gestora da equipe de Obstetrícia de Alta Complexidade do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista, concedeu entrevista à Marie Claire, onde explicou sobre o assunto.

“Quando se fala de trombose venosa cerebral, que é um tipo de AVC isquêmico venoso, todas as trombofilias, assim como na gestação e pós-parto, se apresentam como fator de risco. Além disso, a idade, múltiplas gestações prévias, muito tempo imóvel, obesidade, gestação múltipla e parto cesárea podem ser fatores de risco adicionais.”

Como identificar que uma gestante está tendo um AVC?

Assim como pessoas que não estejam esperando um bebê, os sinais são:

  • Boca torta
  • Assimetria do rosto
  • Dificuldade para falar ou sorrir
  • Perda de força de um lado do corpo
  • Dor de cabeça de alta intensidade que não melhora com medicação

Como prevenir e se cuidar?

É certo que gestantes devem ter cuidado redobrado com seu bem-estar durante a gestação, e, para prevenir os riscos de um AVC, deve-se manter uma boa alimentação, exercícios físicos quando liberado pelo médico obstetra, manter o controle de peso e da pressão arterial e evitar o tabagismo.

“Para as pacientes com doenças que aumentam o risco [de AVC], além dos bons hábitos de vida, pode ser necessário o uso de medicações. Naquelas com maior risco de trombose venosa, é benéfico adotar estratégias como o uso de meia elástica, mobilização precoce e evitar a desidratação”, falou a doutora.


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