Gestante não pode tomar vacina: mito ou verdade?
Mito. Basta a mulher anunciar que está grávida para se deparar com enxurradas de conselhos vindos de familiares e amigos: “grávida não pode comer de tudo”, “cuidado com os remédios e vacinas que você toma”, entre outras frases-padrão que toda grávida já ouviu um dia. Antes de seguir qualquer conselho, é importante consultar um médico obstetra para comprová-los ou não.
A questão da vacinação, por exemplo, é bastante delicada. De acordo com Dr. Renato Kfouri, pediatra e neonatologista da Pro Matre Paulista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), existem poucos estudos que aferem a segurança da vacinação em grávidas por questões éticas: os médicos não querem submeter as gestantes a testes e colocar o feto em perigo, porém os estudos que já existem nos permitem prevenir certos casos.
Indicações e contraindicações
As vacinas chamadas “inativas”, ou seja, as que não têm nenhum agente vivo na composição, podem ser aplicadas nas gestantes quando necessário, como, por exemplo, vacinas de difteria, tétano, influenza, hepatite B e outras. Já as que carregam vírus ou bactérias vivas (as ativas), de início são contraindicadas: varicela, sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela, influenza nasal e outras que podem atrapalhar a formação fetal. Essas vacinas só podem ser aplicadas caso exista um risco muito grande e essa seja a última opção de prevenção.
A época ideal de vacinação para uma gestante é entre a 26ª e a 37ª semanas de gravidez, período em que o bebê recebe adequadamente os anticorpos da mãe, por meio da placenta e, mais tarde, pelo leite. É indicado não tomar vacinas no primeiro trimestre de gestação devido ao risco de aborto espontâneo ou má formação nesse período inicial. É importante lembrar que as vacinas recomendadas estão disponíveis gratuitamente em qualquer posto do SUS.
Reportagem publicada originalmente no jornal Metro.