Filhos mais velhos regridem no comportamento após a chegada do irmão: mito ou verdade?
Verdade. Depois que o novo bebê chega, muitos primogênitos demonstram regressões de comportamento, como forma de chamar a atenção dos pais. Ele pode voltar a falar como bebê, se já tirou a fralda pode ter alguns escapes, pode ficar mais manhoso, querendo colo o tempo todo. Crianças mais velhas podem voltar a pedir mamadeira ou chupeta como formas de se igualar ao irmão mais novo e também ser cuidado pelos pais. “É importante não incentivar esses comportamentos e garantir à criança que ela continua sendo especial para os pais e que sempre terá seus momentos com eles, pois cada idade tem o seu encanto e o filho mais velho continuará sendo amado, mesmo que não seja mais um bebê”, comenta a psicóloga Flavia Carnielli, da Pro Matre Paulista.
Algumas crianças maiores chegam a pedir para mamar novamente no peito da mãe, pois vêem esse momento de intimidade e carinho e também desejam essa ligação com o mãe. “Nessa situação, a mãe pode até perguntar se o filho mais velho quer que ela tire o leite e coloque para ele em um copinho ou mamadeira, mas precisa explicar que ele já não precisa mais mamar no peito, pois já pode comer outras coisas, enquanto o irmão caçula ainda não pode experimentar nada além do leite da mãe”, orienta Flavia.
Mas, atenção: os pais precisaram ter muito claro que acolher o ciúme do mais velho não significa permitir que ele faça tudo o que quer. Limites sempre vão ser necessários para as crianças, especialmente quando seus comportamentos colocarem em risco a si mesmo ou ao bebê. No entanto, os pais devem colocar as regras de maneira firme, porém afetuosa, sem castigos ou punições severas que podem gerar no filho mais velho um sentimento de raiva e frustração em relação ao caçula. “Os pais precisam entender que essa é uma nova fase na vida da família e que todos precisarão se adaptar a ela, inclusive eles mesmos. Dessa forma, precisam estabelecer rotinas que os permitam se dedicar a todos os filhos da mesma forma, dividindo entre eles não o amor e o afeto, mas sim a atenção nos momentos em cada um mais precisar”, conclui a psicóloga.