Posso voltar ao trabalho e continuar amamentando: mito ou verdade?
Verdade. Os benefícios da amamentação já são conhecidos e comprovados, tanto para o bebê quanto para a mãe. No Brasil, é cada vez maior o número de mães que aproveitam o período de licença maternidade para manter seus bebês alimentados exclusivamente com o leite materno. As vantagens são muitas:
- O leite materno já vem na temperatura ideal, esterilizado e não dá trabalho para preparar
- Protege o bebê contra infecções do aparelho respiratório e digestivo porque contém anticorpos (imunoglobulinas)
- Desenvolve e fortalece a musculatura facial, melhorando o desempenho das funções de sucção, mastigação, deglutição e fala
- Reforça o vínculo mãe-filho, favorecendo o desenvolvimento da criança
- Diminui os riscos de alergia, muitas vezes causadas pela introdução prematura do leite de vaca.
- Evita o risco de superalimentação, pois contém os nutrientes necessários ao desenvolvimento do bebê, tanto em qualidade quanto em quantidade.
- Diminui as hemorragias pós-parto, devido à liberação do hormônio chamado ocitocina, que tem a ação de contrair o útero
- Previne a osteoporose e o câncer de mama, ovário e útero.
No entanto, uma preocupação bastante comum das mães é a possibilidade de manter a amamentação mesmo quando precisam retornar ao trabalho. Este assunto é tão importante que foi escolhido como tema da Semana Mundial do Aleitamento Materno, que é comemorada pela Organização Mundial de Saúde na primeira semana de agosto.
A retirada do leite materno, para ser oferecido à criança enquanto a mãe estiver fora, é uma das principais alternativas para não interromper o aleitamento exclusivo pelo menos até os seus meses.
Para armazenar seu leite, a mãe terá apenas de se adaptar ao processo de ordenha, que pode ser manual ou mecânica, como explica Mercedes Sakagawa, nutricionista responsável pelo Lactário da Pro Matre Paulista. A ordenha manual é a mais indicada, por ser natural e menos agressiva. No entanto, quando a mãe se adapta aos equipamentos mecânicos, pode se beneficiar de um processo mais rápido.
O ideal é que a mãe faça a ordenha após o banho, retirando pulseiras, anéis e relógio, mantendo os cabelos presos com touca ou lenço e colocando uma máscara descartável ou fralda sobre o nariz e a boca. A lavagem das mãos, com água e sabão, deve ir até o cotovelo. Depois, enxaguar bem e secar as mãos com toalha limpa ou papel descartável.
Quanto ao material a ser utilizado para armazenagem (frasco e tampa), lavar tudo com detergente e água corrente. Depois, ferver por 10 minutos, em fogo brando. Se preferir utilizar a bomba tira-leite, fazer o mesmo procedimento. Depois de fazer a ordenha do leite, identifique o frasco com data e horário da coleta. A validade para consumo, na geladeira, é de 12 horas, e, no freezer ou congelador, de 15 dias.