Conversas com o bebê, antes e depois do parto
Falar com a criança, ainda no ventre, é comum. Há até quem ache estranho essas conversas ou utilizar-se de um tom de voz infantil nessa comunicação. Mas trata-se de uma forma de ampliar o elo natural entre mãe e bebê; de expressar afeto, amor.
É o que explica a psicóloga da Pro Matre Paulista, Mariana Bonsaver: “este diálogo é extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo e afetivo do bebê”.
Mas será que a criança compreende alguma coisa? “Por volta das 25 semanas, o bebê, ainda na barriga da mãe, consegue ouvir e identificar vibrações da voz e sensações; assim, ele passa a reconhecer a voz dos pais e o vínculo vai se fortalecendo a partir do sentimento de segurança e de amor gerados pelas sensações passadas pela mãe. Por mais que o bebê ainda no útero, ou o recém-nascido, ainda não compreenda as palavras ditas, conversar com ele estimula o desenvolvimento cognitivo e o prepara para decodificar e compreender a linguagem utilizada,” detalha a especialista.
E faz sentido mudar o tom de voz ao falarmos com um bebê? “Também é importante, pois isso cria uma sintonia entre os pais e o bebê, ajudando a melhorar a conexão com o interlocutor. Esse tipo de fala é conhecido como ‘motherese’ (como se fosse uma forma de se comunicar específica das mães), que ajuda a prender a atenção do bebê e auxilia no desenvolvimento da linguagem,” conta Mariana.
Muitos pais devem se perguntar: existe um jeito ideal de se comunicar com a criança? A psicóloga responde: “Os adultos podem fazer perguntas e esperar reações do bebê para, assim, estimular a interação. Aumentar a gama de palavras utilizadas incentiva o aprendizado e aumenta o vocabulário do bebê. Utilizar da comunicação não-verbal, através de gestos e expressões também é fundamental. Trocar olhares com o bebê, abraçar e beijá-lo ajudam a reforçar o vínculo afetivo.”