Saiba o que é a retinopatia da prematuridade
A gravidez é um momento único e vem acompanhada de muitos detalhes importantes, como o pré-natal. A realização de exames específicos garante a saúde da gestante e do bebê, além de permitir um diagnóstico precoce e tratamentos especializados em situações como a prematuridade, por exemplo, e todos os problemas que a envolvem.
Em torno da 16ª semana da gestação, o fundo do olho do bebê, que se chama retina, começa a se desenvolver. Todo esse processo termina apenas na 40ª semana, ou seja, quando o neném nasce de forma prematura, os seus vasos retinianos não estão totalmente formados.
Fora do ambiente uterino, os vasos podem ser formados de uma maneira incompleta e acabam recebendo o nome de neovasos. “Quando o prematuro apresenta esses neovasos, significa que ele tem a retinopatia da prematuridade. Quanto menor for a idade gestacional e o peso do bebê ao nascer, maior o risco de ocorrer essa retinopatia”, explica a Dra. Nilva Moraes, que é oftalmologista especialista em retina pediátrica do Grupo Santa Joana e professora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
O principal fator de risco para a retinopatia é a prematuridade extrema, seguida do uso de oxigênio (intubação prolongada). O diagnóstico é feito por meio do exame do fundo de olho, chamado oftalmoscopia binocular indireta, realizado com as pupilas dilatadas e por um oftalmologista treinado em doenças da retina.
A Dra. Nilva explica que existem alguns aparelhos para documentação fotográfica da retina, mas que as fotos devem ser analisadas pelo especialista. Além disso, ressalta a importância da realização do exame em bebês prematuros. “O primeiro exame de fundo de olho deve ser feito com 1 mês de vida e repetido a cada 15 dias, até que todos os vasos da retina estejam formados e não exista retinopatia passível de tratamento”.
A retinopatia se classifica em forma ativa, onde permite a atuação dos profissionais, e em forma cicatricial, em que as sequelas já estão determinadas. Também é dividida em 5 estágios:
Estágio 1 – Poucos vasos são observados, além de uma linha de demarcação que separa a retina com vasos normais, da retina sem vasos;
Estágio 2 – Espessamento da linha de demarcação e piora dos vasos anormais;
Estágio 3 – Existe a neovascularização sobre a linha de demarcação em grande parte da retina e ocorre o início do tratamento para evitar o descolamento;
Estágio 4 – Progressão para descolamento parcial da retina;
Estágio 5 – Descolamento total da retina, podendo causar deficiência visual e até cegueira.
O tratamento da retinopatia visa o controle da neovascularização por meio da inibição dos fatores angiogênicos, produzidos na retina avascular. É possível fazer a fotocoagulação com laser na retina avascular ou injetar uma medicação intravítrea que iniba o fator de crescimento endotelial (Anti-VEGF), como o medicamento Ranibizumabe.
A recuperação visual do paciente com retinopatia é muito boa, mesmo que a regressão da doença seja espontânea ou por meio da realização do tratamento no momento adequado. As crianças diagnosticadas com esse problema possuem uma maior tendência em desenvolver miopia, astigmatismo e estrabismo, necessitando de um acompanhamento periódico com oftalmologista mesmo após a alta hospitalar.
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O Grupo Santa Joana possui uma estrutura completa, pensada e desenvolvida para a segurança e conforto de nossas pacientes. Contamos com uma UTI neonatal moderna e médicos experientes nessa e em outras condições que a gestação possa oferecer.
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Resp. Técnico: Dr. Rodrigo F. Buzzini – CRM 124.390