Adulto não precisa tomar vacina: mito ou verdade?
Mito. Passada a adolescência, muitos brasileiros creem que a velha carteira de vacinação não é mais necessária, e que todas as doses de imunização administradas na juventude serão suficientes para o resto da vida. No entanto, existe um calendário de vacinas específico para adultos e, qualquer que seja sua idade, sempre será importante manter a caderneta em dia.
Além da vacina contra gripe, que deve ser administrada anualmente nos adultos, especialmente em idosos, existem outros tipos de imunizações às quais todos devem ficar atentos. Segundo Dra. Rosana Richtmann, infectologista da Pro Matre Paulista, em entrevista ao programa Rota Saudável da Rádio Estadão, é importante que o adulto tenha recebido a vacina Tríplice Viral alguma vez na vida, já que é aplicada em dose única. “Ela protege contra três tipos de vírus, sarampo, rubéola e caxumba, todos de transmissão respiratória. Por isso recomendamos essa em especial nesta época do ano”, afirma.
A vacina contra tétano e difteria, conhecida popularmente como “a vacina dos 15”, deve ser atualizada a cada dez anos. Porém, a doutora ressalta que uma nova versão da dose, chamada de Tripla Bacteriana Adulto, está disponível. “A tripla protege também contra a coqueluche, doença que é altamente transmissível”, adverte Rosana.
Para quem tem mais de 50 anos, uma vacina contra a pneumonia está disponível nos postos de saúde. De acordo com a imunologista, “a aplicação é feita em dose única. É extremamente indicada para quem já tem algum problema debilitante de saúde, como diabetes, asma ou problemas cardíacos”, aconselha.
Outro alerta feito pela doutora é contra o HPV (Vírus do Papiloma Humano). Ao contrário do que se pensa, tanto homens quanto mulheres podem ser infectados pelo microrganismo, que causa consequências em ambos os sexos. “É um vírus extremamente ligado a tumores. Nas mulheres, o câncer do colo do útero somente pode aparecer em quem possui o HPV e, nos homens, a infecção pode causar diversos tipos de câncer na região genital”.
Aos viajantes, a imunologista aconselha que se observe a necessidade da vacina contra a febre amarela, presente em alguns lugares do interior brasileiro e diversos países do interior. “É uma doença rara, porém muito perigosa uma vez adquirida. Não custa nada realizar a imunização, que é em dose única e vale por dez anos”, argumenta.