Saiba quais os cuidados necessários com o prematuro após a alta
A alta hospitalar é o momento mais aguardado pelos pais de um bebê prematuro, já que representa a vitória na luta pela vida e o fim de uma experiência angustiante.
Porém, mesmo após a alta, o prematuro deve continuar seu tratamento com especialistas como pediatra, fisioterapeuta, nutrólogo, oftalmologista, fonoaudiólogo e neurologista, com o objetivo de desenvolver seus estímulos motores e respiratórios e ter avaliações relacionadas à visão, audição, alimentação, fala e crescimento.
O acompanhamento de uma equipe multiprofissional garante uma melhor qualidade de vida ao bebê, além de oferecer instruções corretas para os pais sobre os cuidados necessários com o prematuro quando ele estiver em casa.
Cuidados com a pele
A pele do bebê prematuro é mais sensível e vulnerável e apresenta um maior risco de deficiência de ácidos graxos essenciais, o que a deixa mais avermelhada e descamativa. Por isso, são necessários diversos cuidados para garantir a proteção do seu organismo de infecções, absorção de substâncias tóxicas e variação de temperatura.
O banho deve ser rápido, com temperatura agradável e em um local sem corrente de ar. A pele deve ser limpa de forma suave com sabonete neutro e seca delicadamente com toalha ou fralda macia.
A troca de fraldas deve ser frequente, evitando o contato da pele do períneo com urina ou fezes. A limpeza deve ser realizada com algodão e água morna e finalizada com a aplicação de um creme de barreira.
Para a hidratação, deve-se usar hidratantes específicos para pele seca, massageando suavemente a área e criando uma maior conexão entre o bebê e os pais.
Cuidados para evitar problemas respiratórios
Os bebês prematuros possuem uma maior facilidade em apresentar problemas respiratórios, sendo mais frequente a Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR), uma insuficiência que ocorre em prematuros moderados, ou seja, nascidos antes de 34 semanas.
Como essa doença dificulta a respiração do bebê, muitas vezes é preciso auxiliá-lo a respirar com a ajuda de aparelhos que facilitam a oxigenação e permitem que o prematuro desenvolva sua própria respiração. Outra forma de tratamento é o surfactante, uma substância que, com o devido acompanhamento médico, auxilia na maturidade do pulmão do prematuro.
Para evitar problemas maiores no futuro, é essencial o acompanhamento do bebê com um pediatra, além de manter sua alimentação saudável e priorizar as vacinas com um suporte profissional adequado, evitando que a criança adoeça facilmente ao longo de seu desenvolvimento.
Cuidados com o coração
A Persistência do Canal Arterial (PCA) é um dos principais problemas cardíacos que acometem bebês prematuros. Essa condição faz com que mais sangue seja bombardeado para os pulmões, necessitando de tratamento específico quando ocorre uma piora no quadro.
Se a abertura do canal é mínima, geralmente nenhuma intervenção é necessária, já que pode se fechar espontaneamente conforme o crescimento do bebê. Porém, nos casos em que a abertura é moderada ou grande, é preciso ser tratado nos primeiros dias de vida com medicamentos ou cirurgia.
Em poucos casos, o bebê recebe alta com o canal ainda aberto e é acompanhado por pediatra e cardiologista. Os pais devem ficar atentos a sinais como sudorese, respiração pesada e rápida, fadiga, pouco ganho de peso ou falta de apetite.
Já nos bebês em que a PCA foi detectada e tratada, a perspectiva é muito boa com uma recuperação completa e sem complicações relacionadas.
Cuidados com a nutrição
O bebê prematuro tem seu volume de dieta aumentado de forma progressiva durante o período de internação, já que o trânsito do alimento do seu estômago e intestino é mais lento. Com o passar do tempo, essa intolerância regride e raramente precisa de tratamento.
Durante a amamentação, o bebê deve ser capaz de sugar o leite e degluti-lo, coordenando a sua respiração. Como isso só ocorre de forma satisfatória a partir de 34 semanas, o prematuro precisa aprender a mamar e isso deve ser treinado quando as mamas estiverem vazias, após a retirada do leite que será ofertado por sonda.
A meta nutricional é que o bebê cresça de forma adequada conforme seu potencial e que sua alimentação seja exclusiva no seio materno nos primeiros seis meses ou enquanto for possível. Por isso, é fundamental o empenho da mãe e da rede de apoio na amamentação desde o nascimento até a sua alta hospitalar.
Cuidados com o desenvolvimento
Muitos bebês que nasceram prematuros vão se desenvolver sem nenhum problema de saúde. Entretanto, quanto menores e mais imaturos nascerem, maior será o risco de apresentarem dificuldades motoras e alimentares.
O acompanhamento e orientação do pediatra é fundamental para identificar possíveis sinais de atraso no desenvolvimento do prematuro, já que ele pode ter dificuldade no aprendizado e relacionamento social.
Os pais e familiares devem sempre lembrar que cada criança é única, que seu tempo é essencial e que deve ser respeitado.
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Resp. Técnico: Dr. Rodrigo F. Buzzini – CRM 124.390