Desmistificando os desejos estranhos nas grávidas
Durante a gravidez, algumas mulheres revelam aos parceiros o desejo de comer alimentos bizarros. Os futuros papais são obrigados, nos horários mais inoportunos, a correr atrás dessas comidas. As pessoas acabam criando histórias absurdas a respeito desses desejos. Por isso, é preciso desmistificá-las;
Os desejos são pura frescura
Isso não é verdade. Há explicações científicas para as vontades das grávidas. Elas podem indicar desordens alimentares denominadas picamalácia. Os especialistas ainda não sabem dizer corretamente a causa desses desejos. No entanto, especula-se que eles estejam relacionados às alterações hormonais e a fatores emocionais, culturais, socioeconômicos e ambientais. Outros componentes fisiológicos, como o alívio de sintomas digestivos, também podem estar envolvidos nesse comportamento.
As vontades devem ser saciadas imediatamente
Esse é um argumento inverossímil dado por gestantes que querem conseguir o objeto de seu desejo rapidamente. Não há qualquer comprovação científica de que a grávida ou o bebê serão prejudicados se não saciarem a sua vontade.
Deve-se comer qualquer alimento desejado
Esse é um mito bastante difundido. Ainda hoje, há quem diga que o bebê nascerá com cara do alimento desejado, se ele não for ingerido. Algumas mulheres revelam vontade de comer coisas que não são alimentos. A pagofagia (ingestão de gelo), geofagia (ingestão de terra ou barro) e as miscelâneas (combinações atípicas como melancia com margarina ou iogurte com feijão) são as vontades mais comuns na picamalácia.
Essas substâncias podem causar problemas graves à futura mamãe e ao bebê. Por isso, é fundamental controlar o que a gestante ingere. As consequências podem ser: parto prematuro, baixo peso ao nascer, irritabilidade do recém-nascido e exposição fetal à substâncias tóxicas, que aumentam o risco de morte.
Os desejos podem estar relacionados à deficiências na alimentação da mãe
Isso é verdade. É importante conversar com o médico sobre os seus desejos, pois eles podem estar associados a vários transtornos, como anemia, constipação, distensão, problemas dentários, infecções, interferência na absorção de nutrientes, hipercalemia (grande quantidade de potássio no sangue) e envenenamento por chumbo. Esse profissional é a única pessoa capaz de diagnosticar a deficiência de qualquer nutriente, por meio de exames laboratoriais, e de indicar o tratamento mais adequado.