Espinha bífida: saiba tudo sobre o diagnóstico e tratamento
Mesmo antes de engravidar, muito se ouve falar sobre espinha bífida, o que costuma causar uma certa apreensão nas futuras mamães.
Isso é totalmente compreensível, já que, a depender do tipo e da gravidade, essa malformação na coluna do bebê pode trazer sérias consequências.
Para entender melhor do que se trata essa condição, preparamos esse artigo inteiramente dedicado a tirar suas dúvidas sobre o assunto.
Continue a leitura para saber exatamente o que é espinha bífida e quais são os tipos dessa anomalia congênita que afeta 1 em cada 1000 bebês. Aqui, você também vai descobrir como ocorre a espinha bífida e como tratar essa condição.
Acompanhe!
O que é e como ocorre a espinha bífida?
Espinha bífida é um conjunto de anomalias congênitas que afetam a formação da coluna vertebral do feto. Essa malformação acontece nos estágios iniciais da gestação, antes mesmo de a mulher suspeitar que esteja grávida.
Popularmente, é conhecida como espinha aberta, em referência ao fechamento incompleto de algumas vértebras da coluna, o que deixa desprotegidas ou expostas estruturas neurais importantes, como a medula e as meninges.
No entanto, apesar de ser um problema sério e que requer muitos cuidados, a gravidade da espinha bífida varia de acordo com o tipo de lesão (aparente ou não). É isso que determina quais são os tipos de espinha bífida.
Quais os tipos de espinha bífida?
A espinha bífida pode ser de dois tipos, a depender da sua apresentação. Veja quais são eles e, ainda, quais os sintomas de espinha bífida relacionados a cada um.
1. Espinha bífida oculta (disrafismo espinhal oculto)
Neste tipo, a malformação costuma ocorrer na porção inferior da coluna (lombar ou sacral) e não é visível.
Os sintomas que sugerem a ocorrência de espinha bífida oculta são alguns sinais na pele, como tufos de pelos, manchas escurecidas e irregularidade da fenda glútea.
Pode também ser totalmente assintomática e não apresentar sinais sugestivos, nem qualquer tipo de comprometimento à saúde do bebê.
Por este motivo, é considerado o tipo mais brando de espinha bífida.
2. Espinha bífida cística
Nesses casos, a lesão é completamente aparente, pois forma uma bolsa saliente nas costas do bebê — sintoma característico da espinha bífida cística. Essa saliência pode conter, além do líquido cefalorraquidiano, a medula e as meninges (membranas que protegem a medula).
A espinha bífida cística é classificada em:
- meningocele: quando a saliência contém apenas as meninges e é recoberta por pele. A medula continua parcialmente protegida pelas vértebras. É a forma mais leve deste tipo de espinha bífida.
- mielomeningocele: é a forma mais grave de espinha bífida, pois a saliência contém tanto as meninges quanto a medula e raízes nervosas, que costumam ficar expostas. Como consequência dessa exposição, os impulsos nervosos não são transmitidos e ocorrem danos diversos abaixo do local da lesão.
Quais as causas da espinha bífida?
A falha no fechamento do tubo neural ainda não tem suas causas completamente conhecidas. O que se sabe é que o desenvolvimento dessa malformação envolve fatores nutricionais, ambientais e genéticos.
Um dos fatores mais associados ao desenvolvimento de espinha bífida é a deficiência de ácido fólico na dieta da mãe.
O ácido fólico é uma vitamina do complexo B que participa do processo de multiplicação celular. Como muitas outras vitaminas, essa não é produzida pelo corpo. E, mesmo com uma alimentação saudável, a quantidade ingerida costuma ser insuficiente para prevenir completamente os defeitos do tubo neural.
É por isso que os médicos recomendam a suplementação desse nutriente por cerca de 3 meses antes de engravidar e por todo o primeiro trimestre da gestação.
Outros fatores (de origem materna) relacionados à incidência de espinha bífida são: diabetes, deficiência de zinco, consumo de álcool e uso de determinados tipos de medicamentos anticonvulsivantes.
Além disso, mulheres que já tiveram um bebê com espinha bífida têm mais chances de que isso ocorra em novas gestações.
Como identificar a espinha bífida?
O diagnóstico de espinha bífida pode ser realizado durante a gestação, através das ultrassonografias realizadas no acompanhamento pré-natal. Mais uma vez, vale destacar a importância desse monitoramento da mãe e do bebê durante toda a gestação, para prevenir e tratar possíveis complicações.
A espinha bífida também pode ser identificada através do rastreamento do sangue materno ou do líquido amniótico. O objetivo do exame é detectar e dosar os níveis de alfafetoproteína, um indicador de defeitos do tubo neural.
O que a espinha bífida pode causar no bebê?
Os casos mais leves de espinha bífida (oculta) podem ser até mesmo assintomáticos, sem qualquer tipo de prejuízo na infância e na vida adulta.
Contudo, mesmo nos casos mais leves e especialmente nos mais severos, o mais comum é que a criança apresente algumas complicações. A extensão das sequelas depende da localização da malformação, uma vez que toda a musculatura abaixo da lesão pode ser afetada.
Veja o que a espinha bífida pode causar no bebê:
- complicações neurológicas: paralisia, perda de tônus e de sensibilidade em toda a musculatura abaixo do local da lesão e hidrocefalia;
- complicações ortopédicas: atrofia e anomalias nas pernas e nos pés, displasia de quadril e problemas da coluna (cifose e escoliose);
- complicações urológicas: comprometimento da bexiga, infecções urinárias de repetição e lesão nos rins.
Espinha bífida tem tratamento?
Antes de falar nas formas de tratamento, é preciso entender que espinha bífida não tem cura. Uma vez que a medula é lesionada, sua função não pode ser recuperada.
Portanto, as medidas adotadas em relação a essa malformação têm o objetivo de minimizar os danos motores e sensoriais, prevenir infecções e promover certa autonomia às crianças.
Dito isso, o tratamento da espinha bífida envolve múltiplas especialidades.
Normalmente, a primeira intervenção é cirúrgica. Graças aos avanços da Medicina, hoje em dia, o bebê pode passar por cirurgia ainda dentro da barriga da mãe. Nos casos em que a cirurgia intrauterina não é possível, o bebê é operado após o nascimento.
Para além disso, o tratamento envolve fisioterapia e adoção de medidas para facilitar a locomoção e o manejo das condições urológicas (incontinência urinária e fecal, por exemplo).
Tudo para proporcionar à criança as melhores condições possíveis para viver com qualidade.
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