Fumar na gravidez aumenta risco de bebê prematuro: mito ou verdade?
Verdade. Hoje, 29 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Segundo um estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA) realizado com recém-nascidos, filhos de mães fumantes de 40 a 60 cigarros por dia, observaram-se mais palidez, cianose (coloração azulada da pele e membranas mucosas devido à falta de oxigenação no sangue), taquicardia e crises de parada respiratória, logo após a mamada.
Vários estudos nacionais e internacionais associam o tabagismo ao longo da gravidez à maior ocorrência de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, gravidez tubária, deslocamento da placenta, acretismo placentário (placenta prévia) e episódios de sangramento.
Bebês que nasceram de mães que fumaram durante a gravidez correm mais riscos de enfrentarem atrasos no desenvolvimento neurobiológico do que pesquisas apontavam anteriormente. Publicado no periódico científico Journal of Human Capital, um estudo da Universidade de Iowa, que analisou inclusive mulheres brasileiras, mostra que o fumo aumenta em 40% as chances de um recém-nascido — entre três meses e 24 meses de idade — ter problemas de desenvolvimento.
As complicações com a placenta e os episódios de hemorragia ocorrem mais frequentemente quando a mulher grávida fuma porque o tabaco fragiliza os vasos sanguíneos, rompendo parcial ou completamente a placenta. Filhos de mulheres fumantes, em geral, têm mais chances de complicações pulmonares.
“Para evitar esses riscos, o ideal é fazer um tratamento para abandonar o fumo antes de tentar engravidar. Como isso nem sempre é possível, a saída é parar de fumar assim que descobrir a gestação”, comenta Luiz Fernando Leite, obstetra da Pro Matre Paulista.
Em crianças de zero a um ano de idade, que vivem com fumantes, há uma maior prevalência de problemas respiratórios em relação àquelas cujos familiares não fumam. Além disso, quanto maior o número de fumantes no domicílio, maior o percentual de infecções respiratórias, chegando a 50% nas crianças que vivem com mais de dois fumantes em casa.