Mielomeningocele: saiba tudo sobre essa condição

Se você está pesquisando sobre espinha bífida, já deve ter lido algo sobre mielomeningocele. Afinal, ela é um dos tipos dessa séria condição que afeta a coluna vertebral e importantes estruturas nervosas dos bebês, desde a barriga da mãe.

Segundo a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica, a incidência dessa malformação congênita no Brasil é de 1,4 a cada 10 mil nascimentos e vem diminuindo no mundo todo.

Ainda assim, uma possível mielomeningocele pode assustar as futuras mamães e suas famílias, que buscam entender essa condição e se perguntam: o que é a mielomeningocele? O que ela pode causar? Tem tratamento? Como meu filho vai conviver com as sequelas?

Você encontrará as respostas para essas e outras questões no decorrer deste artigo. Então, continue a leitura para saber mais sobre esse problema que pode causar severos prejuízos à saúde do bebê.

O que é a mielomeningocele?

Mielomeningocele é o nome da forma mais grave de espinha bífida, que, por sua vez, é uma malformação da coluna vertebral e da medula espinhal. Esse defeito no fechamento do tubo neural ocorre nos estágios iniciais da gestação, normalmente até a 4ª semana de gravidez. 

Com as vértebras abertas, meninges, medula e raízes nervosas são projetados para fora da coluna, na forma de uma saliência sobre as costas do bebê. Essa protuberância costuma ser aberta, sem a cobertura dos músculos e da pele, deixando expostas as estruturas neurais mencionadas.

Por isso, os bebês que desenvolvem mielomeningocele costumam ter suas funções neurológicas e motoras comprometidas. 

Quais são os sintomas da mielomeningocele?

Quando se fala em sintomas da mielomeningocele, o mais característico é a saliência nas costas do bebê. Essa protuberância é observada com mais frequência na região inferior das costas (lombar e sacral), mas pode ocorrer em qualquer ponto da coluna vertebral.

Esse sintoma é facilmente notado ao nascimento, contudo, o diagnóstico da mielomeningocele costuma ser realizado durante a gestação.

Entenda melhor no próximo tópico.

Como é feito o diagnóstico da mielomeningocele?

Durante a gestação, essa anomalia pode ser visualizada nas ultrassonografias morfológicas realizadas no pré-natal. No entanto, em alguns casos, a mielomeningocele não é visível durante o exame de imagem, sendo identificada apenas quando o bebê nasce.

Se a ultrassonografia for inconclusiva ou apenas sugerir a presença da malformação, o médico pode solicitar outros exames de imagem, como a ressonância magnética fetal.

Também pode ser realizada a dosagem de alfafetoproteína no sangue materno ou líquido amniótico para confirmar o diagnóstico. Em altas concentrações, essa proteína é um importante indicador de defeitos no tubo neural.

Esse rastreamento de alfafetoproteína também pode ser solicitado caso a mãe apresente fatores de risco para o desenvolvimento da mielomeningocele no bebê. Veja quais são eles, a seguir.

Fatores de risco

As causas da mielomeningocele não são conhecidas, porém, as evidências médicas apontam alguns fatores de risco maternos envolvidos nesta malformação. São eles:

  • histórico de gestação prévia com diagnóstico de espinha bífida;
  • uso de determinados medicamentos convulsivantes;
  • diabetes descompensado;
  • obesidade;
  • febre nas primeiras semana de gravidez;
  • deficiência de ácido fólico.

Aliás, o ácido fólico deve ser suplementado pela mulher por um período de três meses antes de engravidar até o final do primeiro trimestre da gestação. Essa medida tem por objetivo justamente reduzir as chances de malformações, como a espinha bífida.

O que a mielomeningocele pode causar?

Para saber o que a mielomeningocele pode causar, é preciso levar em consideração a extensão e a localização da lesão. Isso vai determinar a gravidade das sequelas, que, normalmente, ocorrem abaixo do local da malformação.

Ou seja, uma mielomeningocele que afeta a região torácica tende a gerar maior comprometimento das funções motoras e sensoriais do que uma lesão lombar ou sacral.

Além disso, crianças que nascem com mielomeningocele têm risco de contrair meningite, que pode deixar sequelas neurológicas ou levar à morte, nos casos mais graves. 

Veja quais são as sequelas da mielomeningocele e o que ela pode causar:

  • alterações neurológicas: paralisia, perda de tônus muscular e de sensibilidade abaixo do local da lesão;
  • disfunções ortopédicas: atrofia e anomalias nas pernas e pés, deslocamento de quadril e problemas da coluna (cifose e escoliose);
  • alteração no funcionamento da bexiga e dos intestinos: incontinência urinária e fecal;
  • medula presa: aderência da porção final da medula à coluna vertebral, na região lombar;
  • hidrocefalia: acúmulo de líquor (líquido cefalorraquidiano) dentro do crânio;
  • malformação de Chiari tipo II: uma parte do cerebelo (uma das estruturas do cérebro) se desloca para dentro do canal da medula na região cervical;
  • risco de alergia ao látex.

As dificuldades cognitivas e de aprendizagem também podem estar presentes e, geralmente, estão associadas aos quadros de hidrocefalia.

Mas, calma! Com o tratamento adequado e continuado, as crianças que nascem com mielomeningocele podem aprender a conviver com as sequelas da condição.

Como tratar a mielomeningocele?

A mielomeningocele não tem cura. Quando a medula é lesionada, os danos são permanentes. Então, se a lesão medular já compromete o movimento das pernas do bebê, por exemplo, não há como tratar a meningocele, no sentido de recuperar a função motora.

No entanto, existem abordagens — cirúrgicas e terapêuticas — para minimizar os impactos dos danos na qualidade de vida da criança. Veja quais são elas.

Correção cirúrgica

A correção precoce da mielomeningocele (fechamento) pode evitar infecções e maiores complicações associadas à condição. Essa correção é cirúrgica e pode ser realizada com o bebê ainda dentro do útero da mãe.

O vídeo abaixo, do canal do Hospital e Maternidade Santa Joana no YouTube, explica como é realizada a cirurgia intrauterina para correção de mielomeningocele. Confira!

Saiba mais sobre mielomeningocele | Maternidade Santa Joana

Quando a cirurgia intrauterina não é possível, o bebê passa pela intervenção logo nos primeiros dias após o nascimento.

Depois disso, o recém-nascido segue sendo acompanhado pelo pediatra e pelo neurocirurgião, para avaliar a necessidade de intervenção para tratamento de hidrocefalia, se for o caso.

Reabilitação

A continuidade do tratamento da criança também envolve abordagens multidisciplinares para reabilitação (fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia) durante o seu crescimento.

Se necessário, o uso de equipamentos, como muletas ou cadeiras de rodas, pode ser um importante recurso para auxiliar na locomoção da criança.

O objetivo é sempre estimular o desenvolvimento de autonomia e independência do paciente com sequelas de mielomeningocele.

Mielomeningocele: conte com a Medicina Fetal da Pro Matre

Aqui na Pro Matre Paulista, nós cuidamos do bebê em todas as etapas da gestação. Do pré-natal ao nascimento e, quando necessário, do diagnóstico ao tratamento da mielomeningocele, a Medicina Fetal conta com o que há de mais moderno.Conheça o Centro de Cirurgia e Medicina Fetal e descubra porque nossa tradição em cuidar  de gerações nos faz a maternidade do coração das mães.


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