Mortalidade Materna

Gravidez não é doença, mas infelizmente em alguns casos ela pode levar, por diversos fatores diferentes, evitáveis ou não, à morte da gestante. A chamada morte materna acontece quando a mãe morre por complicações na gestação, durante o parto ou até 42 dias depois de dar à luz o bebê.

As causas da morte materna se dividem entre evitáveis – aquelas que podem ser evitadas com os recursos atuais da medicina e as não evitáveis, que naturalmente ocorreriam como em alguns casos de câncer, doenças cardíacas entre outras.

Segundo estimativas, a grande maioria das mortes maternas no Brasil são decorrentes das causas evitáveis.

Dentre as causas evitáveis e diretas, as mais frequentes e perigosas para as gestantes são as hemorragias, as infecções e a pré-eclâmpsia, doença da gestação que provoca o aumento da pressão arterial da mulher e pode levar ao parto prematuro e até à morte materna.

“A mortalidade materna tem causa multifatorial, não sendo possível achar um único motivo que justifique todas as mortes. Há problemas relacionados a  educação da própria gestante,  na qualificação da equipe multidisciplinar que dá assistência ao parto,  nos processos dentro das instituições que garantam que o conhecimento se transforme em cuidado aos pacientes entre outros,  explica Mônica Siaulys, médica responsável pelo Departamento de Anestesiologia do Hospital e Maternidade Santa Joana e pelo Centro de Treinamento e Desenvolvimento da instituição.

O que posso fazer?

No que diz respeito às ações da própria gestante, a principal maneira de diminuir o risco de morte materna é contribuir  para a educação das gestantes, ensinando-as os sinais e sintomas de alerta,  em que as mesmas devem procurar o serviço de saúde.

“É importante que  a gestante conheça mais sobre o que pode acontecer com ela durante a gestação, estar alerta aos sintomas, como um sangramento, infecções principalmente de origem urinária e que busque assistência qualificada precocemente, aconselha a Dra Mônica.

Outra ação importante é investir na capacitação das equipes multidisciplinares que dão assistência as pacientes no ciclo gravídico puerperal,  criando sistemas mais seguros que garantam que o conhecimento cada vez mais se transforme em cuidado a paciente.

A mortalidade materna deve ser um evento raro, e é por isso que é contada sempre por cada 100 mil nascimentos. Ou seja, a taxa é o número de óbitos maternos para cada 100 mil nascimentos no país, continente ou estado”, explica a médica.

No Brasil, infelizmente,  a taxa de mortalidade materna é elevada sendo de 60 óbitos para 100 mil nascimentos, Apesar ter diminuído nos últimos anos, tendo uma queda de 58% entre 1990 e 2015, segundo dados do Ministério da Saúde, ainda estamos longe de atingir o ideal. A taxa de alguns países desenvolvidos chega a ser de menos de 10 óbitos por 100 mil nascimentos.

“Não é uma situação tão alarmante como a de alguns países da África, que possuem taxas de 100 óbitos, mas está longe de ser um país de primeiro mundo. Ainda temos um campo enorme para se trabalhar no Brasil em relação à redução da mortalidade materna, e isso passa principalmente por fortalecer a cultura de formação dos profissionais médicos”, comenta Mônica.

Fonte:

Mônica Siaulys, médica responsável pelo Departamento de Anestesiologia do Hospital e Maternidade Santa Joana e pelo Centro de Treinamento e Desenvolvimento da instituição (CRM/SP 65787)


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