Pais podem ter depressão pós-parto?
A Depressão Pós-Parto é uma condição exclusivamente materna ou pais podem sofrer dela?
A psicóloga Mariana Bonsaver, da Pro Matre Paulista, esclarece a respeito do tema.
De acordo com ela, os homens também estão expostos aos mesmos fatores que podem desencadear a condição nas mães.
“As mudanças provenientes de ter um bebê podem gerar sentimentos tais como ansiedade, insegurança e tristeza”, explica.
“De acordo com a intensidade e duração desses sentimentos”, diz Mariana, “pode-se falar num quadro de depressão pós-parto e que atinge não só as mulheres, mas também os homens”.
Pais de primeira viagem são mais suscetíveis. “Os novos pais também sentem-se pressionados e inseguros, pois têm que dar conta do bebê, da companheira e de questões de trabalho”.
Alguns outros fatores também podem influenciar no surgimento do quadro, conta. “Falta de apoio, dificuldades emocionais prévias. histórico de doença psiquiátrica e presença da Depressão Pós-Parto na companheira”.
“Além disso”, lembra a especialista, “os cuidados durante esse período são voltados ao recém-nascido e à mãe, sendo o pai deixado de lado em suas necessidades e em seus sentimentos”.
O relacionamento entre o casal pode ficar em segundo plano com a chegada da criança. “A nova mãe também está com sua atenção voltada ao bebê, o que pode causar um distanciamento em relação ao homem”.
“Outra questão a ser pensada é o fato de que, socialmente e culturalmente, o homem não tem espaço para sofrer, ou seja, expor sentimentos e fragilidades”, ressalta a psicóloga. “Infelizmente ainda é algo considerado como tabu para os homens”.
“Portanto”, alerta, “é importante dar atenção a esse pai em suas possíveis dificuldades.”
Os principais sintomas de Depressão Pós-Parto, enumera a especialista, são:
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Tristeza
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Excesso ou falta de sono
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Excesso ou falta de apetite
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Medo e insegurança
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Dificuldade em se vincular com o bebê
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Cansaço
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Falta de interesse e de prazer por atividades
“O que determina o diagnóstico é a intensidade e a duração desses sintomas, ou seja, se alguns dos sintomas listados estiverem presentes e com duração maior do que um mês após o nascimento do bebê”, informa Mariana.
“Diante de qualquer alteração emocional ou de comportamento”, recomenda, “é fundamental buscar ajuda médica e psicológica para, assim, melhorar a qualidade de vida, a relação com o bebê e a relação do casal”.