Cerclagem pode evitar abortamentos: mito ou verdade?

O procedimento geralmente é feito ainda no primeiro trimestre da gestação

Verdade. Algumas mulheres têm dificuldade de preservar a gestação até o final. Esse problema pode estar relacionado com uma complicação denominada incompetência istmo-cervical, situação em que o colo do útero dilata antes do tempo e a mulher tem um aborto espontâneo.

“Por definição, essa incapacidade é caracterizada com três ou mais perdas seguidas. Atualmente, não tem sentido permitir que uma mulher chegue a essa situação”, explica o Dr. Luiz Fernando Leite, obstetra da Pro Matre Paulista. Segundo o especialista, a cerclagem – técnica em que o médico dá um ponto no útero entre a 13ª e a 16ª semana de gestação – é uma solução possível para esse problema.

Para as mulheres que dilatam o colo antes de 20 semanas, geralmente, os médicos já indicam o procedimento na segunda gestação, depois de verificar se está tudo bem com o bebê. “Muitas pacientes conseguem trabalhar, outras são afastadas, pois a prioridade é a gestação. Neste caso, ela terá que repousar e acompanhar a gestação ainda mais de perto. Ao longo da gestação, é prescrito um hormônio vaginal para o colo do útero não abrir de novo”, detalha o obstetra.

Para quem já fez a técnica na primeira gestação e deseja engravidar novamente, é preciso repeti-la. “Existe até uma cerclagem permanente que é feita por videolaparoscopia ou por abertura da barriga, como se fosse um corte de cesárea. Nesse procedimento, é colocada uma fita cardíaca, reduzindo o risco de infecção”, esclarece. Verifique com o seu obstetra se você está apta a se submeter a esse procedimento, e qual é a técnica mais indicada para o seu caso.


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